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Olá. Meu nome é Eliel Vargas. Pastor. Casado, pai de uma linda filha. Gaúcho de nascimento e cidadão do mundo por chamado e escolha. Atualmente moro na Finlândia, onde pode ser a "Terra do fim" ou a "Terra do começo".

17.1.13

O Medo



Quando por volta dos 11 anos de idade fui com meus pais e irmãs conhecer a cidade natal de minha mãe.

Lá visitamos alguns familiares e também fomos participar de um casamento. Entre alguns familiares um me chamou atencão.

Ele já estava numa certa idade avançada - pelo ponto de vista de um quase adolescente... - e me pareceu ser o mais próspero entre as casas visitadas.

Mesmo sendo bem novo, percebi no pouco tempo em que ficamos lá, que ele era diferente. Nos tratou bem, conversou com meus pais. Enquanto isso olhávamos para  todas as janelas gradeadas e as portas muitas fechaduras. De repente alguém comenta -  Ele tem pânico de ser assalatado! Não dorme a noite quando ouve algum barulho  - percebendo que aquelas trancas eram chamativas.

Tinha a casa extremamente protegida, alarme, etc. Mas se sentia completamente inseguro dentro de sua própria fortaleza.

Num determinado tempo fiquei sabendo um pouco de sua história, por minha mãe. Quando jovem, ele e seu irmão montaram uma barbearia. Ele seria o barbeiro e o outro o que entraria com o dinheiro.
Abriram uma barbearia dentro de um quartel militar. Seria a primeira e única barbearia para centenas de soldados. Quando foram registrar a firma seu irmão que entrara com o dinheiro disse: "nos somos irmãos, não precisa colocar em sociedade. Pode colocar a empresa no seu nome." O resultado você pode imaginar.

Algum tempo depois, o barbeiro  deu uma quantia de dinheiro para o irmão para cobrir os gastos com as despesas da barbearia e simplesmente o informou que ele seria o único proprietário a partir de então. Não havia nenhum documento que comprovava uma sociedade. Expulsou o irmão-sócio da barbearia.

O tempo passou e ele se tornou um homem próspero, e teve uma vida financeira boa. Mas a que custo? Nunca mais os irmãos se falaram, e com certeza a vida do ganancioso nunca mais foi a mesma.

Quando chegou o momento de desfrutar sua aposentadoria, o que ele menos teve foi paz e seguranca. A alegria de desfrutar daquilo que adiquiriu com o trabalho.

Talvez você lendo essa história esteja lembrando de algum conhecido que tenha feito algo semelhante.

Nada na vida é desconectado de nossas atitudes. Assim como ele arrombou a sociedade com o irmão pegando a parte sem acordar , simplesmente arrombando um vínculo de irmandade e sociedade.

Do mesmo modo ele viveu com um fantasma de sofrer a mesma coisa com os seus pertences. De alguém chegar levando o que era dele.

Uma vida culposa é uma vida sem paz. Por mais que tente demonstrar aos outros que tudo esta tranquilo e bem por fora. Por dentro existe um vulcão de ansiedade e desconforto.  Na hora do sono, na hora em que deveria descansar a alma não consegue. Porque existe uma consciência assombrando a alma.

O outro irmão, o prejudicado, seguiu sua vida adiante. Morreu de velhice sem traumas. Sem paranóias.
eiv.

Cleptofobia: Medo de ser assaltado



Na vereda da justiça está a vida, e no caminho da sua carreira não há morte.
Provérbios 12:28


Na vereda da justiça está a vida, e no caminho da sua carreira não há morte.
Provérbios 12:28


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